O Estado da Colômbia reconheceu sua responsabilidade em um massacre ocorrido em 1985 durante a retomada, pelo Exército, do Palácio da Justiça, ocupado pelo então grupo guerrilheiro M-19.
O reconhecimento foi feito durante sessão da CIDH (Corte Interamericana de Direitos Humanos), iniciada na manhã desta terça-feira (12) em Brasília para tratar do caso.
Segundo a CIDH, a retomada do palácio terminou com mais de cem mortes, inclusive de magistrados da Suprema Corte da Colômbia, que ficava sediada no palácio.
A ação na CIDH trata do desaparecimento de 13 pessoas que, segundo os relatos na audiência, haviam sobrevivido à retomada, mas ficaram sob o controle de agentes de segurança da Colômbia e depois sumiram.
O caso é conhecido na Colômbia como "holocausto do Palácio da Justiça".
Essa ação de reconhecimento foi considerada positiva por integrantes da corte, mas ainda insuficiente para reparar as famílias das vítimas. Representantes das famílias também consideraram o reconhecimento insuficiente.
"O Estado entende que o tempo passou e trouxe como consequência a perda da confiança nas instituiçlões. Esperamos que esse ato de reconhecimento contribua para que as vítimas e seus familiares recuperem a confiança no Estado", afirmou a representante do governo colombiano, Adriana Guillén, diretora da Agência Nacional de Defesa Jurídica.
Guillén disse ainda, em relação às famílias das vítimas, que a Colômbia "lamenta profundamente a sua dor" e que o governo está "empenhado" no caso.
Um dos integrantes da corte, José de Jesús Orozco, comentou que o reconhecimento feito pelo governo da Colômbia considerou, em alguns casos, que a responsabilidade foi por omissão por não ter protegido os direitos dos desparecidos, mas que na verdade houve "atos de desaparecimento forçado e tortura por agentes pertencentes ao Estado".
O presidente da CIDH, Diego García-Sayán, afirmou que o "reconhecimento de responsabilidade é algo que a corte valoriza como elemento positivo para encontrar uma solução que implique chegar à verdade, à justiça e à reparação das vítimas".
A audiência sobre o caso ocorre nesta terça e na quarta-feira (13), mas o resultado dessa sessão só deve sair no próximo ano
Fuente Folha da Sao Paulo: http://www1.folha.uol.com.br
#PalaciodeJusticia
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